Embora o primeiro Corpo de bombeiros tenha sido criado na Roma antiga, em 22 A.C., no Brasil, esta iniciativa somente nasceu em 2 de julho de 1856, após diversas iniciativas isoladas a partir do século XVI. Somente em 1880, a corporação recebeu status militar.
Prevenção
Durante milênios, muito pouco pode ser feito para prevenir um incêndio, exceto manter um balde com água nas proximidades e, mesmo assim, com risco de agravar o incêndio ao invés de apagá-lo.
A prevenção, de fato, iniciou em 1752, quando Benjamin Franklin testou com êxito o primeiro Para raio. Isso porque, as descargas elétricas são um importante causador de incêndios.
A partir do primeiro para-raios, foi identificado o poder das pontas, o que possibilitou tornar mais previsível o caminho das descargas elétricas a caminho do solo, minimizando sua incidência sobre as construções, seres humanos, e os seres vivos presentes em uma construção.
Atualmente, os para-raios são parte obrigatória de construções, integrando um sistema de segurança Spda (Sistema de Proteção contra Descargas Elétricas).
Evidentemente, um sistema desses não é simples: não bastassem os custos de materiais, o SPDA pode se deteriorar com o tempo, devido a sucessivas descargas elétricas, a mudanças de características do solo, até devido a oxidação de um ou mais componentes.
Isto, no entanto, não o torna ineficaz, mas aponta para a necessidade de verificações periódicas. Isso porque um SPDA em mau estado pode ser um argumento extremamente forte para a negação, por parte de uma companhia de seguros, de ressarcimento de danos a uma propriedade.
Pior ainda: caso os defeitos em um SPDA se mostrem evidentes, podem ser motivo suficiente para a responsabilização em nível civil ou criminal, com apenamento proporcional ao porte dos danos causados a propriedades, vidas, e à segurança seja ela privada ou pública.
Devido às consequências que podem advir de um descuido com o SPDA, nasceu uma jurisprudência, que exige não apenas a responsabilização pela infraestrutura de combate a incêndios, como estabelece uma periodicidade para a vistoria dos recursos de combate a incêndios, o que inclui uma emissão periódica de Laudo spda.
Sistema integrado
O combate a incêndios foi se tornando cada vez mais complexo, desde a invenção do para-raios. O hidrante data de 1801, inventado pelo engenheiro hidráulico Frederick Graff. Com isso, o equipamento evoluiu tornando-se uma tecnologia completa de combate de incêndio com mangueiras.
Já o extintor de incêndio nasceu em 1813, inventado pelo integrante de milícia britânica William Manby. A partir daí, nasceram diversas versões de conteúdo de extintores como:
Pó químico;
Espuma química;
Água;
Dióxido de Carbono.
Além dos extintores, nasceram os chuveiros de combate a chamas, os sprinklers, criados por Henry S. Parmalee, em 1874.
Em alguns países, já não se admite diferenças entre o combate a incêndios em indústrias, comércios e residências. O assunto é extremante sério, tornando exigível um documento conhecido como Laudo AVCB, sigla de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.
O AVCB não se limita aos equipamentos de combate aos incêndios, mas considera as instalações. A flamabilidade dos materiais que compõem a construção, a existência de portas corta fogo, a existência de hidrantes e mangueiras, a existência de rotas de fuga, e a existência de escadarias para sobrevivência são itens imprescindíveis para um ambiente seguro.
A existência de equipamentos de sinalização local, sonora e luminosa, é um requisito e a sinalização remota de alarmes tende a se tornar padrão.
Outro item que pode tornar o AVCB um documento diferenciado é o tipo de atividade desenvolvida no local.
As indústrias, por exemplo, são locais em que materiais são transformados e que produtos químicos são estocados e manuseados. Assim, a segurança dessas operações é levada em consideração.
Desse modo, é evidente que a autorização de funcionamento dependerá dos riscos de cada ambiente.
O AVCB tende a se tornar mais exigente à medida que os ambientes passam a apresentar densidades demográficas crescentes. Com todos os cuidados, de tempos em tempos os noticiários ficam cheios de acidentes envolvendo fogo.
Mais ou menos à semelhança do início dos serviços de bombeiros, é a necessidade de se tranquilizar que acaba empurrando a população em direção ao cumprimento de determinações de segurança, seja para proteger o investimento feito, seja para não depender de ressarcimento de seguros, seja para não incorrer em penalidades ou ainda para evitar penalidades de caráter judiciário.
Nestes termos, a busca do AVCB torna-se um excelente roteiro para a obtenção da aderência às regras de segurança, protegendo todos que frequentam o local. Ou seja, é o AVCB preço válido para a tranquilidade.